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29 julho 2015

Conhecendo o sistema de embreagem

Antes de falarmos da embreagem propriamente dita, precisamos abordar alguns conceitos físicos que ajudam a explicar os princípios do seu funcionamento, que na verdade, é muito simples.
Vamos falar de atrito. Toda vez que um corpo desliza ou tenta deslizar sobre outro, surge uma força chamada atrito que tenta impedir este movimento. Quanto maior a compressão de um corpo sobre outro, maior será o atrito. A embreagem faz uso do atrito para transmitir o movimento de rotação do motor à caixa de transmissão.
É importante lembrar também que o atrito produz calor. Por exemplo, nós esfregamos as mãos uma contra a outra com força, quando está frio no inverno, justamente para aquecê-las.

Funcionamento

Para utilizar o movimento de rotação do motor, é necessário um acoplamento seguro, capaz de transmiti-lo.
Nos veículos a embreagem transmite a rotação do motor à caixa de mudanças e daí para o diferencial e às rodas. Suas funções são: 
  • permitir acoplamentos suaves e sem ruídos.
  • transmitir o torque do motor para a caixa de transmissão (posição acoplada).
  • permitir a interrupção da transmissão de torque para possibilitar as mudanças de marchas (posição desacoplada).

A embreagem também age como um amortecedor de vibrações para diminuir ruídos provenientes
da caixa de transmissão.
Ela está localizada entre o motor e a caixa de transmissão, no interior de uma capa seca e é acionada através de um comando em pedal.
A embreagem é composta por platô e disco(s), sendo que o platô é fixado diretamente sobre o volante do motor e o disco fixado ao eixo da transmissão.

Estes testes requerem conhecimento e experiência. Só deverão ser realizados por profissionais da área.

Patinação

Puxe o freio de mão. Engate a terceira marcha.
Mantenha o motor na rotação de torque máximo.
Retire o pé da embreagem rapidamente e acelere ao mesmo tempo.
Se a embreagem estiver boa, o motor deve morrer imediatamente.
Se não for este o caso, ocorrendo um tempo prolongado de patinação ou mesmo aumento da rotação do motor, há um claro sinal de problemas na embreagem.
Importante: devido ao superaquecimento, não repita esta operação mais de duas vezes seguidas.

Testando a embreagem

Dificuldade no engate
Puxe o freio de mão. Em marcha lenta, pise na embreagem e espere 4 segundos.
Engate a marcha ré, que deve entrar sem dificuldades.
Sem tirar o pé da embreagem, movimente a alavanca de câmbio para as outras marchas. Agindo desta forma, os engates deverão ocorrer sem ruído ou dificuldade.

Trepidação

Engate a primeira marcha e, com o motor girando mais ou menos com o dobro da marcha lenta, saia devagar e sem solavancos.
Faça este procedimento em terreno plano e repita-o também em subida.

Verificações para facilitar o seu serviço.

FIQUE ESPERTO NA TROCA DE EMBREAGEM!
Pequenos descuidos podem provocar grandes problemas. Todos os componentes do sistema de embreagem devem ser verificados visual e funcionalmente com todo cuidado, e isso antes da montagem.
Veremos a seguir alguns defeitos que podem ser evitados na manutenção do sistema de embreagem se forem analisados atentamente, antes de começar a montagem do veículo.

PRINCIPAIS CAUSAS DE DEFEITOS

Rolamento guia do eixo piloto 
Esta é uma pequena peça que, quando desprezada, pode causar grandes problemas.
Quando travado, não é possível mais debrear resultando no difícil engate das marchas.
Causa ruído e também desalinhamento, o que resulta na destruição do amortecimento torcional do disco.

Retentores dos eixos
A embreagem funciona basicamente por atrito, portanto, qualquer vestígio de óleo pode influenciar negativamente as funções da embreagem. A presença de óleo nos compartimentos da embreagem e no conjunto platô e disco indicam que os retentores devem ser substituídos. Em veículos com alta quilometragem, os retentores devem ser imprescindivelmente analisados e substituídos para evitar problemas como patinação e trepidação.

Volante do motor
O volante do motor é, juntamente com a placa do platô, uma das faces de atrito do disco.
Trincas, marcas azuladas, sulcos e espelhamento indicam claramente que houve superaquecimento.
É necessário que estas marcas sejam eliminadas quando possível, caso contrário, o volante deve ser substituído. O retrabalho, ou seja, a usinagem deve ser feita, porém dentro das especificações fornecidas pelo fabricante. É importante ressaltar que a superfície de fixação do platô deve ser retrabalhada para que se mantenha a mesma altura da peça nova.

Tubo guia do rolamento de embreagem
O tubo guia deve estar absolutamente concêntrico e exatamente paralelo com o eixo piloto da transmissão. Áreas amassadas ou gastas no tubo guia podem prejudicar o deslizamento do mancal e causar patinação, trepidação e pedal duro da embreagem.

Garfo da embreagem
Verificar se o mesmo movimenta-se livremente. Excesso de folga pode prejudicar o curso de acionamento de debreagem. Se visualmente for constatado desgaste nas áreas de atrito e nas buchas, o mesmo deve ser substituído.


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