Na década de 90 a indústria automobilística teve que adequar seus
carros para atender as normas do controle de poluição, que em todo o
mundo passaram a restringir e controlar a forma como os veículos
interferem na qualidade do ar atmosférico. Na mesma época, a indústria
começava a "aposentar" o carburador, com a chegada ao mercado dos
primeiros veículos equipados com sistemas de injeção eletrônica.
Naquela
época, os sistemas eram bastante simples em seu funcionamento e ainda
não contavam com uma componente fundamental para a auto regulação do
processo - a sonda lambda - porém já atendiam plenamente as normas
anti poluição da época. Atualmente, os módulos de injeção sofreram um
desenvolvimento bastante intenso e o uso do sensor de oxigênio (sonda
lambda) é indispensável em todos os sistemas de injeção.
Experiências
mostram que quanto mais próximo o motor trabalhar de uma determinada
mistura ar/combustível, menos poluentes ele emite e melhor rendimento
ele gera. A sonda nada mais é do que uma espécie de "nariz" situado no
escapamento do veículo, que tem por papel medir a quantidade exata de
oxigênio que sai pelo escapamento. Se sair mais oxigênio no escapamento é
sinal que a mistura esta “pobre”, mas se o inverso ocorrer, significa
que a mistura está "rica".
Dependendo do que a sonda "encontra",
ela manda uma informação para a Unidade de Controle Eletrônico (ECU ou
módulo) e assim o módulo é capaz de realizar ajustes, a fim de manter a
mistura sempre dentro dos níveis mais adequados para um funcionamento
perfeito do motor.
A "alma" do sensor, fica em sua extremidade e é
constituído por um elemento de Óxido de Zircônio. A superfície externa
do elemento de zircônio está em contato com o gás de escape; a interna
está em contato com o ar. Ambas estão revestidas por uma fina camada de
platina.
O Zircônio, a uma temperatura acima de 300ºC, conduz os íons de
oxigênio, gerando uma tensão elétrica. Esta tensão elétrica é gerada se a
concentração de oxigênio na parte interna e externa do elemento for
diferente. Uma baixa voltagem (próxima a zero) é gerada se a mistura
ar/combustível for pobre e uma voltagem (próxima de 1000 mV) é gerada se
ela for rica. A partir da leitura deste valor, obtém-se conhecimento do
estado da mistura, que passará por um controle do módulo, diminuindo as
emissões de poluentes e a resposta do motor em termos de potência e
torque.
Quando a mistura ar/combustível se aproxima da relação
ideal, existe uma variação brusca na tensão gerada, entre 0 e 1000 mV. A
ECU usa a voltagem produzida pela Sonda Lambda para instruir o sistema
de mistura de combustível para enriquecer ou empobrecer a mistura. Visto
que o sensor apenas produz a voltagem quando o elemento está acima de
300ºC, o gás de escape leva algum tempo para aquecer o elemento a esta
temperatura, após o motor ter sido acionado. Para reduzir o tempo que
leva para o sensor começar a funcionar, muitos sensores hoje em dia,
possuem um aquecedor interno de cerâmica. Estes sensores têm 3 ou 4 fios
condutores.
Mas com o tempo, o sensor pode apresentar problemas quanto ao seu
funcionamento. Há dois tipos de problemas que acontecem com mais
freqüência com a sonda. O primeiro deles, é o travamento da leitura. A
sonda pode estar travada, fazendo sempre a mesma leitura, ou seja, há
vários parâmetros e escalas para a sonda funcionar perfeitamente. Existe
uma variação que oscila entre 0 e 1000 mV, assim se a sonda estiver em
perfeitas condições, as leituras obtidas oscilarão entre estas duas
marcas, que são conseguidas através de um multímetro. Mas se estes
valores não sofrerem alterações, é sinal de que algo de errado pode
estar acontecendo com a sonda.
Por exemplo, se ela estiver
fazendo uma leitura baixa (até 450 mV), é sinal de que a ECU está
recebendo uma entrada de mistura pobre no sistema e com isto vai
enriquecer a mistura e o carro passa a funcionar com excesso de
combustível, marcha lenta oscilante (meio que embaralhando) e o carro
consumindo mais combustível. Agora se a sonda estiver fazendo uma
leitura alta (acima de 500 mV), a sonda estará fazendo uma leitura de
mistura rica, fazendo com que o veículo passe a rodar com falhas nas
acelerações e engasgando, devido ao empobrecimento da mistura.
Mas
lembre-se, que esses sintomas às vezes podem ser indício de que uma
outra avaria no sistema esteja acontecendo, como por exemplo problemas
nos bicos injetores, regulador de pressão de combustível e até mesmo
excesso de fuligem no bico, o que neste caso é facilmente resolvido com
uma limpeza. Todavia, para se saber sobre o problema com exatidão é
necessário que você leve seu carro a um profissional que possa
avalialá-lo, pois todos os sistemas de injeção necessitam de aparelhagem
específica para a detecção do problema.
Um outro conselho fica
por conta dos modelos diferentes de sondas para cada marca e modelo de
veículo. Todas as sondas fazem o mesmo papel, ou seja, identificar a
quantidade de oxigênio presente no escapamento, porém na hora de trocar a
sonda, as coisas começam a ficar complicadas. Na hora que você vai
comprar uma sonda nova, você só vai poder usar a que tem a especificação
própria para o modelo e ano do seu carro.
Isso tudo porque os
fabricantes fazem para cada carro um tipo de chicote para o encaixe, que
dentro de um mesmo tipo, pode variar até mesmo de acordo com o ano de
fabricação do veículo. Não seria mais fácil fabricar um chicote padrão,
que atendesse a todos os carros? Só para você entender, vamos supor que
você tenha um BMW e ela apresenta problema na sonda. O que você faria?
Telefonaria para uma concessionária BMW e pagaria uma fortuna na nova
peça só porque o chicote é diferente. Um absurdo! Como dica, existem no
mercado sondas universais, que vêm sem chicotes, só com a fiação. O que
pode ser feito e muitos mecânicos estão fazendo, é cortar o chicote da
sonda antiga e soldar na nova. O resultado vai ser o mesmo e você vai
economizar um bom dinheiro. Lembre-se que você deve comprar a sonda com o
mesmo número de fios, e cuidado para não inverter os mesmos, sendo que o
mais adequado, que você procure um profissional qualificado para fazer o
serviço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário