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17 setembro 2013

Sonda Lambda

Na década de 90 a indústria automobilística teve que adequar seus carros para atender as normas do controle de poluição, que em todo o mundo passaram a restringir e controlar a forma como os veículos interferem na qualidade do ar atmosférico. Na mesma época, a indústria começava a "aposentar" o carburador, com a chegada ao mercado dos primeiros veículos equipados com sistemas de injeção eletrônica.

Naquela época, os sistemas eram bastante simples em seu funcionamento e ainda não contavam com uma componente fundamental para a auto regulação do processo - a sonda lambda - porém já atendiam plenamente as normas anti poluição da época. Atualmente, os módulos de injeção sofreram um desenvolvimento bastante intenso e o uso do sensor de oxigênio (sonda lambda) é indispensável em todos os sistemas de injeção.

Experiências mostram que quanto mais próximo o motor trabalhar de uma determinada mistura ar/combustível, menos poluentes ele emite e melhor rendimento ele gera. A sonda nada mais é do que uma espécie de "nariz" situado no escapamento do veículo, que tem por papel medir a quantidade exata de oxigênio que sai pelo escapamento. Se sair mais oxigênio no escapamento é sinal que a mistura esta “pobre”, mas se o inverso ocorrer, significa que a mistura está "rica".

Dependendo do que a sonda "encontra", ela manda uma informação para a Unidade de Controle Eletrônico (ECU ou módulo) e assim o módulo é capaz de realizar ajustes, a fim de manter a mistura sempre dentro dos níveis mais adequados para um funcionamento perfeito do motor.

A "alma" do sensor, fica em sua extremidade e é constituído por um elemento de Óxido de Zircônio. A superfície externa do elemento de zircônio está em contato com o gás de escape; a interna está em contato com o ar. Ambas estão revestidas por uma fina camada de platina.

O Zircônio, a uma temperatura acima de 300ºC, conduz os íons de oxigênio, gerando uma tensão elétrica. Esta tensão elétrica é gerada se a concentração de oxigênio na parte interna e externa do elemento for diferente. Uma baixa voltagem (próxima a zero) é gerada se a mistura ar/combustível for pobre e uma voltagem (próxima de 1000 mV) é gerada se ela for rica. A partir da leitura deste valor, obtém-se conhecimento do estado da mistura, que passará por um controle do módulo, diminuindo as emissões de poluentes e a resposta do motor em termos de potência e torque.

Quando a mistura ar/combustível se aproxima da relação ideal, existe uma variação brusca na tensão gerada, entre 0 e 1000 mV. A ECU usa a voltagem produzida pela Sonda Lambda para instruir o sistema de mistura de combustível para enriquecer ou empobrecer a mistura. Visto que o sensor apenas produz a voltagem quando o elemento está acima de 300ºC, o gás de escape leva algum tempo para aquecer o elemento a esta temperatura, após o motor ter sido acionado. Para reduzir o tempo que leva para o sensor começar a funcionar, muitos sensores hoje em dia, possuem um aquecedor interno de cerâmica. Estes sensores têm 3 ou 4 fios condutores.

Mas com o tempo, o sensor pode apresentar problemas quanto ao seu funcionamento. Há dois tipos de problemas que acontecem com mais freqüência com a sonda. O primeiro deles, é o travamento da leitura. A sonda pode estar travada, fazendo sempre a mesma leitura, ou seja, há vários parâmetros e escalas para a sonda funcionar perfeitamente. Existe uma variação que oscila entre 0 e 1000 mV, assim se a sonda estiver em perfeitas condições, as leituras obtidas oscilarão entre estas duas marcas, que são conseguidas através de um multímetro. Mas se estes valores não sofrerem alterações, é sinal de que algo de errado pode estar acontecendo com a sonda.

Por exemplo, se ela estiver fazendo uma leitura baixa (até 450 mV), é sinal de que a ECU está recebendo uma entrada de mistura pobre no sistema e com isto vai enriquecer a mistura e o carro passa a funcionar com excesso de combustível, marcha lenta oscilante (meio que embaralhando) e o carro consumindo mais combustível. Agora se a sonda estiver fazendo uma leitura alta (acima de 500 mV), a sonda estará fazendo uma leitura de mistura rica, fazendo com que o veículo passe a rodar com falhas nas acelerações e engasgando, devido ao empobrecimento da mistura.

Mas lembre-se, que esses sintomas às vezes podem ser indício de que uma outra avaria no sistema esteja acontecendo, como por exemplo problemas nos bicos injetores, regulador de pressão de combustível e até mesmo excesso de fuligem no bico, o que neste caso é facilmente resolvido com uma limpeza. Todavia, para se saber sobre o problema com exatidão é necessário que você leve seu carro a um profissional que possa avalialá-lo, pois todos os sistemas de injeção necessitam de aparelhagem específica para a detecção do problema.

Um outro conselho fica por conta dos modelos diferentes de sondas para cada marca e modelo de veículo. Todas as sondas fazem o mesmo papel, ou seja, identificar a quantidade de oxigênio presente no escapamento, porém na hora de trocar a sonda, as coisas começam a ficar complicadas. Na hora que você vai comprar uma sonda nova, você só vai poder usar a que tem a especificação própria para o modelo e ano do seu carro.

Isso tudo porque os fabricantes fazem para cada carro um tipo de chicote para o encaixe, que dentro de um mesmo tipo, pode variar até mesmo de acordo com o ano de fabricação do veículo. Não seria mais fácil fabricar um chicote padrão, que atendesse a todos os carros? Só para você entender, vamos supor que você tenha um BMW e ela apresenta problema na sonda. O que você faria? Telefonaria para uma concessionária BMW e pagaria uma fortuna na nova peça só porque o chicote é diferente. Um absurdo! Como dica, existem no mercado sondas universais, que vêm sem chicotes, só com a fiação. O que pode ser feito e muitos mecânicos estão fazendo, é cortar o chicote da sonda antiga e soldar na nova. O resultado vai ser o mesmo e você vai economizar um bom dinheiro. Lembre-se que você deve comprar a sonda com o mesmo número de fios, e cuidado para não inverter os mesmos, sendo que o mais adequado, que você procure um profissional qualificado para fazer o serviço.

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