Confira o primeiro teste do modelo e sua trajetória até sair de linha
E começou muito bem, lançando um dos modelos mais luxuosos da época, que encararia os sofisticados importados. O imenso sedã, com generosos 5,33 metros de comprimento, dois metros de largura, 1,46 m de altura e 3,02 m de entreeixos, fez sua primeira aparição na quinta edição do Salão do Automóvel de São Paulo, em 1966. Baseado no modelo norte-americano, o Galaxie 500 nacional chegou ao mercado em fevereiro de 1967.
Além das dimensões, chamavam a atenção as linhas retas da carroceria, os faróis duplos e sobrepostos, o acabamento interno e o conforto de rodagem, como cita a edição da Auto Esporte da época. “No trânsito, a manobrabilidade do carro é ótima. A carroceria é bastante baixa (4 centímetros mais baixa que a de um Volkswagen), fato que, sem afetar o conforto, nos faz esquecer as grandes dimensões do carro. A grande leveza e precisão da direção hidráulica é sentida pelo motorista no tráfego intenso ao colocar o carro em vaga; com o motor ligado, mesmo com o carro parado, você pode virar toda a direção com apenas um dedo.”
A edição de Autoesporte com o teste do modelo também ressaltava as qualidades do comportamento da suspensão deste gigante. “A suspensão é bastante suave, destacando-se em pisos de paralelepípedos de má qualidade. Na estrada, o carro oferece desempenho muito bom e, em curvas, mesmo de pequeno raio, não se notam inclinações exageradas da carroceria. A estabilidade direcional é ótima, quase não sofrendo influência de ventos laterais”.
Algumas imperfeições, observou a matéria de Autoesporte, estavam em vários pontos do modelo, como o sistema de freios, que, apesar da eficiência na cidade, deixavam a desejar na estrada por não contarem com discos na dianteira. As maçanetas internas das portas, alojadas na sequência dos apoios para os braços nas laterais das portas, podiam ser acionados acidentalmente, abrindo as portas com o carro em movimento. O pequeno retrovisor externo era outro fator complicador na hora de guiar ou manobrar um carro tão grande. Por outro lado, o modelo esbanjava conforto interno, proporcionado por espaço de sobra e pelo banco dianteiro, classificado pelo teste como o melhor já avaliado até então.
Sob o capô, também imenso, uma solução que mirava a viabilidade econômica. O escolhido pela Ford foi o motor V8 Power King, o mesmo usado na picape F-100 brasileira, mas com algumas alterações – equipar o Galaxie 500 com o mesmo propulsor da versão norte-americana demandaria investimentos altos e encareceria bastante o valor final do modelo. Com ele, o grandalhão oferecia 164 cavalos de potência a 4.400 rpm e 33,4 mkgf de torque a 2.400 rpm, números baixos para um motor de 4.458 cc de cilindrada. O desempenho refletia exatamente isso. De acordo com os números de Autoesporte, o Galaxie 500 levava 16,2 segundos para atingir os 100 km/h. A velocidade máxima era de precisos 150,3 km/h com o motor trabalhando em 4.200 rpm – em teste realizado ao nível do mar.
Banco tipo praça na frente e motor V8: duas características do Galaxie
Em 1976, o modelo passou pela maior mudança estética. Os faróis ficaram alinhados na horizontal, enquanto a grade dianteira, com elementos verticais, ficava bem menor. As lanternas traseiras se dividiam em três elementos retangulares. O topo de linha passava a se chamar apenas Landau e seu motor, mais uma vez, trazia novidades. O novo V8, com 4.949 centímetros cúbicos de cilindrada, pertencia a uma nova geração. Agora o modelo oferecia 199 cv de potência e 39,8 mkgf de torque.
O modelo continuou sendo aprimorado com o tempo. Em 78, recebeu volante de quatro raios e ar-condicionado integrado ao painel. O Galaxie 500 sai de linha em 79 e, em 80, chegava o motor V8 a álcool. No ano seguinte, cintos de segurança de três pontos passavam a equipar o sedã e, um ano depois, as luzes de ré, antes montadas no pára-choque, eram integradas às lanternas. No mesmo ano, chegava ao fim a versão LTD. O Landau resistiu por mais alguns meses, até que sua produção foi encerrada em abril de 1983, totalizando 77.850 sedãs produzidos – considerando todas as versões – deste que foi, segundo Autoesporte, um marco da indústria brasileira.
Fonte: Autoesporte
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