Em 1969 surgia o primeiro carro de passeio da GM brasileira. Uma história com um milhão de histórias
Chevrolet Opala, testado por Autoesporte em seu lançamento, em 1968
“Externamente, o Opala é praticamente igual ao Opel Reckord, com exceção dos frisos cromados (modelo de luxo), da grade dianteira e outros pequenos detalhes”, dizia o texto de apresentação. E não é de hoje que os carros produzidos aqui têm qualidade diferenciada (leia-se pior) que os “irmãos” lá de fora. “Internamente, é grande a semelhança com o Opel, ainda que, comparado em relação ao acabamento, o nosso deixe muito a desejar.”
As críticas sobre o Opala nacional prosseguiam. “O banco dianteiro é muito alto, não oferecendo apoio para as costas e, nas curvas, os ocupantes escorregam com facilidade. O assento traseiro oferece comodidade razoável, afetada pelo pequeno espaço para as pernas que ainda sofrem a interferência do túnel do cardã.” A avaliação também citou que as formas côncavas das janelas “ocasiona entrada de água nos dias de chuva.”
O 6 cilindros tem 3.770 cc e 125 hp. São os primeiros nacionais com tuchos hidráulicos. Ambos possuem a mesma taxa de compreensão (7:1). Em estrada (Via Dutra), andando a 100 km/h em média, obtivemos 9,32 e 6,71 km/l, respectivamente, para o 4 e 6 cilindros.”
O 4 cilindros acelerou de 0 a 100 km/h em 18,9 segundos - 5 s a mais que o 6 cilindros que obteve velocidade máxima de 170,6 km/h ante 145,7 km/h da versão com motor mais fraco.
Um ano e três meses após o primeiro teste de Autoesporte com o Opala, era lançada a versão esportiva SS, sigla usada pela GM americana para seus veículos nervosinhos. Além de visual exclusivo, no qual se destacam as faixas pretas sobre o capô e nas laterais, o SS estreava o motor 4.1 de 140 cv brutos a 4.000 rpm e transmissão manual de quatro marchas.
Ao longo da década de 70 o Opala recebeu diversas mudanças mecânicas que aumentaram sua potência. Além disso, em 76, uma nova versão esportiva foi incluída na linha: a 250-S de 171 cv brutos. O Opala manteve o mesmo desenho por cinco anos. Na virada para os anos 80 ele passou por outra reformulação que, dessa vez, deixou suas linhas mais quadradas, como ditava a moda na época. Os motores a álcool surgiam na primeira metade da década.
Em 85, outra mudança no desenho, dessa vez mais sutil. Em agosto daquele ano, a Caravan, enfim, ganhava versão Diplomata, a topo de linha - era o carro nacional feito em grande escala mais caro do Brasil. Com as boas vendas do Monza, a GM teve que agir rapidamente para manter as vendas do Opala e, assim, em 88, ele passava por outro facelift e recebia faróis trapezoidais e lanternas que se espichavam por toda traseira - o bocal do tanque de combustível ficava “escondido” atrás da lanterna.
Quando completou um milhão de unidades vendidas, em 1992, a GM anunciou o fim da produção do Opala, que daria o seu lugar ao Omega. Em 16 de abril daquele ano, as últimas unidades saíram da linha de produção de São Caetano do Sul (SP), onde um grupo de entusiastas do Opala protestou em frente à fábrica contra o fim da produção do modelo. Hoje, estima-se que em todo o Brasil existam mais de 50 fãs-clubes do Opala que se reúnem para cultuar o que consideram “o melhor GM de todos os tempos.”
Fonte: Autoesporte
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