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06 fevereiro 2012

Anfavea defende acordo Brasil-México; veja os modelos

Veículos mexicanos têm feito sucesso, mas podem micar com rompimento

Diogo de Oliveira
Editora Globo
Governo brasileiro pode romper em breve acordo com México que isenta taxa de importação
Um dos principais pilares do atual mercado automotivo brasileiro é o México. Embora apenas 13 modelos à venda no Brasil tenham nacionalidade mexicana, o país transformou-se em uma potência fabril para as montadoras de veículos por questões logísticas. Mas o governo brasileiro mudou de opinião: o que era bom, agora está ruim. Mais carros começaram a entrar do que a sair, levando a um desequilíbrio na balança comercial que pode mudar o jogo.
Na quarta-feira (1º), a colunista Sonia Racy, do jornal O Estado de São Paulo, noticiou que o governo brasileiro deve romper o acordo que mantém com os mexicanos, que isenta os veículos da taxa de importação – hoje correspondente a uma tarifa de 35% (leia aqui). E nesta quinta-feira (2), a Anfavea (Associação Brasileira das Fabricantes de Veículos) pronunciou-se a favor da manutenção do acordo, sugerindo ajustes.
Em nota oficial, a associação das montadoras se posicionou contra o rompimento do acordo, e defendeu a flexbilidade das regras. “Acordos internacionais de comércio, a exemplo do Brasil-México, são dinâmicos e podem ser atualizados, ampliados e/ou ajustados em sua abrangência e condições”, afirmou. Só que uma reportagem do jornal Valor Econômico, publicada também nesta quinta, deu como certa a anulação do tratado.
Editora Globo
O compacto Nissan March chegou ao Brasil em outubro passado e, em janeiro, foi o mexicano mais vendido 
Como se fossem nacionais

O Acordo Brasil-México foi assinado em 2000 e, desde então, os modelos mexicanos desembarcam no Brasil como se fossem nacionais, sem pagar a taxa de importação. No início, como o volume de veículos que chegava era pequeno, a balança era “azul”. Mas nos últimos tempos, os modelos mexicanos estão mais competitivos. São, em maioria, produtos mais modernos que os nacionais e com preços equivalentes
Além disso, os carros fabricados no México também estão isentos do recente aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para importados (leia aqui). E os resultados estão nos números de vendas: alguns dos veículos trazidos do país latino estão fazendo sucesso. O destaque de janeiro foi o Honda CR-V, utilitário esportivo mais vendido do país no mês com 2.310 unidades – superou Ford EcoSport e Renault Duster.
Outro que vem ganhando terreno é o sedã médio Volkswagen Jetta, que somou 2.094 unidades em janeiro e é o terceiro modelo mais emplacado do segmento. O pequeno Fiat 500 também se deu bem após trocar a nacionalidade polonesa pela mexicana. Em janeiro foram 1.131 entregas, volume pouco maior que a média de 1.000 unidades mantida pelo Ford New Fiesta hatch desde o seu lançamento, em outubro de 2011.
   Divulgação
O mexicano Honda CR-V surpreendeu em janeiro e foi o utilitário esportivo mais vendido do Brasil no mês
Nissan na corda bamba

Quem deve estar sem dormir nesses últimos dias são os executivos da Nissan. De todas as montadoras presentes no Brasil, a japonesa é a que mais depende das fábricas mexicanas para vender carros por aqui. Cinco modelos vêm do país, entre eles o hatch compacto March, que somou 2.555 unidades em janeiro e foi o mexicano mais vendido. Aliás, no primeiro mês do ano a Nissan conseguiu uma inédita 6º colocação nas vendas.
O sucesso de alguns modelos produzidos no México no Brasil é algo novo, um dos precursores das boas vendas foi o sedã médio-grande Ford Fusion, vendido no Brasil desde 2006 a preços emparelhados com os das versões tops dos sedãs médios – especialmente os japoneses Honda Civic e Toyota Corolla. Essa facilidade logística, inclusive, tem contribuído para a migração de montadoras ao país latinoamericano.
Nos últimos meses, diversas empresas anunciaram a construção de novas fábricas e a ampliação das já existentes no país. Como o México é vizinho dos Estados Unidos, segundo maior mercado de carros do mundo, as montadoras planejam produzir modelos mais sofisticados lá e vendê-los no mercado norte-americano e no Mercosul (beneficiadas pela isenção fiscal). Assim, as fábricas brasileiras seguiriam com produtos populares.
   Divulgação
GM planeja produzir o compacto Sonic no México; modelo vem da Coreia do Sul ao Brasil nos próximos meses
O que vem por aí?

O acordo comercial tornou-se tão atraente que, para os próximos anos (caso este seja mantido) estão previstos lançamentos de diversos modelos mexicanos no Brasil. A General Motors, por exemplo, pretende produzir o compacto Sonic por lá. Já a japonesa Mazda confirmou seu retorno ao mercado brasileiro com dois modelos (leia aqui). E a Audi está prestes a anunciar a construção de uma fábrica por lá (leia mais).
Veja a lista dos mexicanos vendidos atualmente no Brasil e quanto cada um emplacou em janeiro:
Dodge Journey – 103 unidades
Fiat 500 – 1.131 unidades
Fiat Freemont – 477 unidades
Ford New Fiesta hatch – 1.000 unidades
Ford New Fiesta sedã – 931 unidades
Ford Fusion – 486 unidades
Honda CR-V – 2.310 unidades
Nissan March – 2.555 unidades
Nissan Versa – 1.581 unidades
Nissan Sentra – 859 unidades
Nissan Tiida – 831 unidades
Nissan Tiida sedã – 393 unidades
Volkswagen Jetta – 2.094 unidades
Volkswagen Jetta Variant – 111 unidades
Total: 14.862 unidades importadas

Fonte: Autonews

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