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09 setembro 2011

Caminhões e ônibus também viram flex

Experiências de sucesso mostram como GNV, Etanol e Diesel podem fazer boas combinações

Iveco
Iveco desenvolveu caminhão bicombustível diesel + álcool com FTP Industrial, Bosch e a Raízen
A partir de janeiro de 2012, os fabricantes de caminhões e ônibus terão que se adaptar a uma nova realidade de mercado. Entrará em vigor o Conama P7, programa equivalente ao Euro 5 que estabelece novas normas para emissões de poluentes. Ações como essa têm levado montadoras e sistemistas a buscar novas tecnologias para tentar alcançar os níveis de emissões exigidos por lei.
Um fruto dessa iniciativa está no caminhão bicombustível desenvolvido pela Iveco, em conjunto com a FTP Industrial, Bosch e a Raízen. O Iveco Trakker Bi-Fuel Ethanol-Diesel reduz o consumo do óleo diesel em função da adoção do etanol. O inovador caminhão funciona com um motor Iveco FTP de seis cilindros e nove litros, sistema de injeção common rail de ciclo diesel, e é capaz de desenvolver 360 cv.
Iveco
Tecnologia mostrou redução de 40% no consumo de diesel e de 6% no custo do km rodado
Diferente dos carros flex, em que o combustível se mistura em um só tanque, o Trakker possui dois tanques de combustível, um para o etanol e outro para o diesel. Um sistema eletrônico gerencia as dosagens de cada combustível, levando em consideração a pressão, temperatura e carga. Isso é feito pois, como o motor é ciclo diesel, é preciso ter sempre uma quantidade do combustível fóssil no caminhão.
Apesar de ainda estar em fase de testes, o veículo tem tudo pra dar certo, já que foi desenvolvido a partir de uma solicitação da Única (União da Indútria da Cana-de-Açúcar) que, segundo Henrique Rezende, da Iveco, tem uma demanda de 5.000 caminhões novos anuais que trabalham nas colheitas da cana. Os testes têm se mostrado bem positivos. O caminhão apresentou redução de 40% no consumo de diesel e de 6% no custo do combustível por quilômetro rodado. A ideia é rodar 60.000 quilômetros em testes. Outro ponto positivo é que o sistema é simples e 100% reversível. Ou seja, o caminhão pode voltar a ser apenas diesel sem grandes problemas.
Volksbus
Ônibus Volksbus movido a GNV e diesel está em testes no Rio de Janeiro
Ônibus a gás
No caso dos veículos pesados flex, a possibilidade de reversão é bastante importante. Segundo Rodrigo Chaves, da MAN Latin America, já existiram tentativas de desenvolver sistemas que seriam abastecidos somente com Gás Natural Veicular. Mas a experiência não foi boa. Usuários do transporte e frotistas não aprovaram o desempenho do veículo, que também foi considerado menos durável. Além disso, o consumo de combustível foi maior e o preço da revenda foi questionado. Mas a tecnologia já foi aprimorada, e hoje a empresa desenvolveu o primeiro ônibus com tecnlogia flex GNV + Diesel homologado pelo Inmetro. Atualmente, o veículo passa por testes com sucesso no Rio de Janeiro.
A base da tecnologia é um sofisticado sistema de gerenciamento eletrônico, que permite controlar simultanelamente os sistemas de injeção dos dois combustíveis, de modo a proporcionar a melhor eficiência possível. O protótipo foi construído em um Volksbus, um coletivo ubano com motor traseiro seis cilindros e 17 toneladas de peso bruto. Com isso, o ônibus consegue rodar com até 90% de gás natural, que emite 20% menos gás carbônico. Após concluídos os testes, a MAN Latin America pretende ser a primeira montadora do Brasil a oferecer o sistema GNV + Diesel como original de fábrica.

Fonte: Autonews

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