Nova tendência mantém carroceria do jeito que os ratos gostam, como neste exemplar de 1933
Ricardo Sant'Anna // Fotos: Fabio Aro
A antiga picape Ford 1933 serviu de base para o projeto de Rat Rod criado por Donizete Costalonga
Pintura intacta? Jamais! O lance era deixar os carros com carroceria envelhecida e enferrujada, até porque não havia mão de obra qualificada para fazer uma pintura nova. Daí o termo rat look (visual de rato), referência a um rato verde, conhecido como Rat Phink, que se tornou marca registrada dos hot rodders. O estilo de customização dos “enferrujados” é tendência nos Estados Unidos e começa a ganhar adeptos no Brasil. Esse modelo das fotos é um deles, desenvolvido pelo customizador Donizete Costalonga, de Santo André (SP).
Suspensão rebaixada proporciona visual agressivo, mas faróis e rodas são todos da década de 30
Chassi e suspensões foram trabalhados para que a carroceria descesse alguns andares e ficasse mais próxima do chão. Costalonga também se preocupou com os mínimos detalhes do carro chamado de Vegas. “É uma homenagem a Las Vegas, cidade que busco referências todos os anos durante o Sema Show”, conta. Ele se refere ao maior evento de carros customizados do mundo, realizado anualmente nos Estados Unidos.
Volante banjo de época dá toque de estilo ao cockpit
Bancos foram desenvolvidos com fibra de vidro pelo irmão de Costalonga, Denilson, e revestidos com lona de caminhão; Lobo mau na manopla de câmbio vai quase até o teto e é um dos itens mais legais do curioso rat rod
“A ideia era fazer um hot rod autêntico dos anos 50, com preparação daquele tempo”, explica Costalonga. Para isso, o carro traz um 3.6 V8 do tipo flathead. A grande diferença em relação a um motor moderno é o fato desse propulsor ter as válvulas no bloco, e não no cabeçote. O resultado é um ronco muito parecido com o de uma Harley-Davidson, ainda mais acentuado pelo escape que é direto, com três saídas de cada lado. O V8 ainda ganhou dupla carburação Edelbrock e novo sistema de admissão. Uma ignição eletrônica MSD completa o pacote de modificações e faz a potência do motor beirar 130 cv, uma marca respeitável para um motor dos anos 50.
Motor fica exposto e ajuda a complementar o visual rústico do projeto
Crio coragem e encaro o lobo mau. Dou um “tapa” na cabeça dele para mostrar quem manda e a primeira está engatada lá no teto. Enfim, o rato sai do lugar. Guiá-lo é uma experiência tão única quanto tocar um Audi R8 ou um Porsche 911. Óbvio que não é pelo conforto e muito menos pela potência, mas pelos fatores excentricidade e curiosidade. Não há nada igual à sensação de guiar um modelo vintage. A suspensão de época é extremamente dura e passa todos os impactos para os ocupantes. E o câmbio sem sincronizador? É uma briga a cada troca de marcha, só entra na base da porrada. Para levar a melhor nos lagos da Califórnia nos anos 30, era preciso ter braço.
Novos também podem adotar a ferrugem Nem só de carros antigos se faz o rat look, que é conhecido também por hood ride pelos fãs de modelos alemães da Volkswagen e BMW. Os principais adeptos são donos de Fusca e Kombi. O que não se pode confundir é que o estilo consiste na carroceria envelhecida, mas com toda a parte mecânica em perfeito estado. Donos de carros novos também aderem à onda, como Arved Kloumberg, de Londrina (PR), dono de um Golf GTI 2000. “As pessoas não entendem, mas é comum lá fora. Decidi colocar um capô enferrujado no meu carro”, conta. Segundo ele, a reação das pessoas é de espanto, mas ele nem liga. “Eu faço o carro para mim, não para os outros. O que vale é a diversão.” Como chegou ao capô enferrujado? Descascando a tinta e ateando fogo na peça. Fonte: Autonews |
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