TORÇA! O MERCEDES CLA PODE SER NOSSO
Meio sedã, meio cupê, novidade da marca
alemã é forte candidato a ganhar produção no Brasil. Veja como anda o
modelo que chega em 2014
A Mercedes tem apostado tudo no rejuvenescimento de sua imagem. E não,
apenas, porque está em busca de consumidores novos (leia-se, jovens).
Mas porque precisa de novos consumidores (jovens ou não) – ela foi a
marca premium que menos cresceu e vendeu globalmente em 2012 na
comparação com Audi e BMW. O CLA é peça fundamental nessa fase de
renovação e chega cheio de responsabilidade como o representante sedã da
plataforma NGCC (New Generation of Compact Cars), a mesma usada por
Classe A e B, pelo futuro crossover GLA e por um quinto modelo ainda não
revelado. Ele está pronto para encarar essa tarefa? É o que você vai
descobrir agora.
Autoesporte teve um rápido contato com o CLA 250 no
caminho que leva de Cassis a Marselha, na França. Logo de cara, uma
serra pôs à prova o comportamento do sedã. As pistas estreitas (são para
dois carros em sentidos opostos, mesmo?) terminavam em curvas fechadas e
com “áreas de escape” que davam para penhascos desprotegidos de guard
rails. Então, dá-lhe reduzir a velocidade para contornar os cotovelos.
Em todos os momentos o CLA esteve à mão, sem escapadas. A suspensão,
que transmite sensação de conforto extra, poderia deixar temerosos os
motoristas mais incautos. Mas garantiu a firmeza necessária com a
configuração McPherson na dianteira e seus braços múltiplos na traseira.
Só faltou a direção eletromecânica transmitir mais emoção.
Os intervalos entre as curvas eram a oportunidade para acelerar. E
nisso, o motor 2.0 turbo de 211 cv deu sua contribuição. O torque de
35,7 kgfm disponível desde 1.200 rpm auxilia na rapidez das respostas.
Se o pé baixa mais, a redução de marcha vem acompanhada de 13 cavalos
extras durante o kickdown. E antes que o próximo trecho sinuoso
chegasse, os freios interrompiam com eficiência o movimento do carro.
Para acompanhar a toada, o câmbio poderia ter um funcionamento mais
acertado. Mas é possível garantir que ele atue de modo mais previsível
recorrendo às borboletas atrás do volante.
O interior do CLA segue o padrão do Classe B, com bom nível de
acabamento, que recebe tratamento galvanizado na cor prata escurecida.
Os bancos são inteiriços e trazem revestimento de veludo na parte
central, além de costuras vermelhas – o tom muda segundo a opção de
acabamento escolhida. Por falar em cor, também é possível iluminar o
ambiente a partir de cabos de fibra ótica opcionais. Para motorista e
carona há boa acomodação. Mas o espaço é limitado para quem vai no banco
de trás.
A Mercedes coloca à disposição uma série de sistemas de assistência ao
motorista. O pacote “Brasil” não está fechado. Mas no mercado europeu, o
CLA recebe de série o sistema “está na hora do café”, também conhecido
como Attention Assist, que detecta sinais de sonolência e sugere que o
motorista dê uma parada. Há, ainda, o Collision Prevention Assist, que,
agora, atua a partir de 7 km/h (antes, operava a partir de 30 km/h).
Quando combinado ao Distronic Plus, para o carro automaticamente caso o
condutor não faça nada para prevenir a colisão. Ele pode frear sozinho
em velocidades de até 200 km/h.
Made in Brazil
Que o CLA será vendido aqui, já está certo. Pode aguardá-lo no primeiro
semestre de 2014. Mas o sedã também é cotado para ganhar produção
nacional – ele, o futuro utilitário compacto GLA e o Classe C, modelo
mais vendido pela marca no país.
Hoje a Mercedes monta caminhões em Juiz de Fora (MG). Na teoria, há
espaço também para a produção de carros. Mas a unidade é uma das mais
modernas do mundo na área e há planos de longo prazo para os veículos
pesados feitos lá. A produção na futura fábrica da Nissan, em Resende
(RJ), é uma alternativa. Mas fontes ligadas à Mercedes dizem que essa
não deve ser a opção. No futuro, quando houver uma plataforma
compartilhada pelos grupos parceiros, quem sabe. Assim, o mais provável é
a construção de uma nova unidade.
A definição da fábrica pode mudar muita coisa no posicionamento não só
do CLA mas de toda a linha, já que resultaria em uma boa redução de
preços. Enquanto a confirmação não vem, pode considerar R$ 120 mil um
valor bem factível para o modelo. Um preço que talvez a juventude não
possa pagar para ter um Mercedes na garagem. Por isso, a torcida para
que ele seja "nosso" é ainda mais válida.
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