IPI REDUZIDO É MANTIDO ATÉ O FIM DO ANO
Analista alerta para o fato de que a medida
nem sempre beneficia integralmente o consumidor e ainda pode aumentar o
lucro das montadoras
E a história se repete. O governo federal antecipou no último sábado
(30/3) a decisão de prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para automóveis e caminhões até o fim do ano.
Assim, o rejuste previsto para ter início a partir de hoje fica
congelado e as alíquotas seguem no patamar atual (confira na tabela).
Em entrevista ao Jornal Nacional, o ministro da fazenda Guido
Mantega afirmou que o objetivo da medida é reduzir o risco de quedas nas
vendas - em fevereiro, ela já havia ficado na casa de 1%. "A indústria
automobilística é muito importante para a economia brasileira. Ela
representa 25% da produção industrial. Então, para manter a produção
industrial crescendo, é importante que a indústria automobilística
continue crescendo", disse à emissora. O ministério afirma que R$ 2,2
bilhões deixarão de ser arrecadados devido à decisão.
IPI de automóveis | ||||
---|---|---|---|---|
Cilindrada | Gasolina | Etanol/ flex | ||
Alíquota original | Alíquota reduzida | Alíquota original | Alíquota reduzida | |
Até 1.0 | 7% | 2% | 7% | 2% |
1.0 a 2.0 | 13% | 8% | 11% | 7% |
Acima de 2.0 |
25% | Inalterado | 18% | Inalterado |
Medida não é 100% positiva
Preços mais em conta são bons para o consumidor, é claro. Mas para o
economista e professor da Fundação Getúlio Vargas, Samy Dana, o
benefício pode ser menor que se pressupõe. Ele acredita que a redução
não é 100% repassada ao cliente. "Quando o imposto fica menor, as
montadoras também oferecem descontos menores, porque o preço de tabela
já foi afetado, e ainda passam a negar um acessório extra. Além disso,
as concessionárias podem compensar os preços mais baixos em serviços e
custos de manutenção", afirma. Assim, na visão dele, a medida pode
aumentar a margem de lucro das montadoras.
Outro efeito colateral é a maior depreciação do carro 0 km. "Antes o
carro perdia cerca de 10% do valor em um ano. Agora, com essa corrida
pelo zero, essa desvalorização chega a 20% em um ano", conclui.
Fonte: Autoesporte
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