Após a morte do filho de 20 anos em um
acidente, engenheiro carioca cria ONG que defende leis mais severas para
quem comete delitos ao volante
“O que faz com que você desperte e tenha dias e noites com certa calmaria é desafiar exatamente o que causou essa ferida. É possível agregar valores a esta causa mesmo que isto traga constantes lembranças de tempos que não voltarão”, conta o pai de Fabrício. O condutor, Marcelo Henrique Kijak, teve sua prisão preventiva decretada no mesmo ano do acidente, mas está foragido até hoje, e é procurado pela Interpol.
A primeira ação do engenheiro, juntamente com amigos e família, foi divulgar a campanha Amigo da Vez em bares e boates do Rio de Janeiro, apenas três semanas após a morte de Fabrício. A ideia inicial era tentar reduzir o número de mortes no trânsito, elegendo um amigo sóbrio para levar os outros em segurança para casa. Desde então, Diniz já participou de campanhas que alertam a sociedade para os efeitos da direção perigosa e apresentou projetos de lei como o 798/07, de Penas Alternativas, que falta ser aprovado no Senado, após já ter sido aprovado com unanimidade pela Câmara. O projeto consiste em abolir o pagamento de três anos de “cestas básicas” para quem comete delitos ao volante. Entre as ideias do projeto de lei estão o acompanhamento do réu no resgate de vitimas de acidentes – para que veja de perto suas consequências –, e a assistência em clínicas e hospitais de recuperação de inválidos.
Junto ao governo, a ONG ainda contribuiu na reformulação da lei 11.705/08, conhecida como Lei Seca, e acompanhou todo o período de tramitação no Congresso e no Senado. “Percebi que à frente de uma ONG sua voz adquire mais força. Você passa a ter maior poder de cobrança perante as autoridades constituídas, pode aproximar-se de parlamentares para apresentar ações propositivas pela sua causa”, enfatiza.
A última luta do presidente da ONG é a construção de um memorial às vítimas no Parque do Flamengo. Segundo o engenheiro, o projeto foi entregue à prefeitura do Rio em 2009, mas ainda não há resposta. “Queremos mostrar a realidade dos acidentes e suas perdas no sentido de sensibilizar a opinião pública para a necessidade de uma mudança de comportamento. Prosseguir é preciso, e a nossa causa é salvar vidas.”
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